Tradicionalmente, nos países mediterrânicos, e geograficamente mais a sul, nos países tropicais, quando o sol estava alto e forte as pessoas punham-se à sombra.
Mas a partir meados do século XX, o bronzeamento da pele à custa da exposição solar tornou-se moda: em Saint Tropez, Brigitte Bardot conquistou imensos seguidores de ambos os sexos. Ir para a praia tornou-se, além do tomar banho de mar e nadar um pouco, sinónimo de oferecer o seu corpo aos efeitos dos raios solares e a pele acastanhada tornava-se saudavelmente atraente e padrão de beleza incontornável.
Em paralelo ao crescente número de adoradores do Sol pelos seus efeitos sobre a modificação da cor da pele, cresceu também a incidência de um tumor cutâneo que estatisticamente ascendeu de forma rápida ao quarto lugar de malignidade prevalente, a seguir aos cancros da bexiga, do pulmão e do recto.
Actualmente, pensa-se que um em cada noventa indivíduos poderá vir a ter um melanoma. Geralmente os melanomas desenvolvem-se a partir de uma lesão cutânea pigmentada, os “nevus” que nos séculos passados eram designados signes de beauté e quem os não possuía, pintava-os, sobretudo no rosto para se distinguir.
Quando esses sinais, num ou outro caso, começavam a sangrar ou a ulcerar, eram então considerados perigosos e tardiamente era proposta a sua excisão. Este retardar de intervenção levava quase sempre à morte do seu portador.
A úlcera ou a hemorragia dos “nevus”, são hoje considerados como típicos de um estádio avançado da doença e que a sua cura depende de um diagnóstico muito anterior à hemorragia e à ulceração.
É fundamental um diagnóstico precoce para que após excisão cirúrgica do tumor não haja recidiva, nem evolução para situações irreversíveis.
Esse diagnóstico e avaliação do risco evolutivo da doença, devem ser feitos de forma colegial e pedagógica, e da sua precocidade poderá, após excisão resultou já um aumento de sobre vida após cinco anos de diagnóstico de superior a 85%.
A avaliação do risco do melanoma tem a ver com os seguintes sinais:
– A presença de sinais cutâneos diferentes, em zona ou aspecto dos que o doente já possui.
– Cabelos ruivos e sardas;
– Dificuldade em “bronzear” o corpo;
– Queimaduras solares graves;
– Parentesco com pessoas doentes de melanoma.
Tal como outras doenças, nomeadamente a diabetes do tipo II, o melanoma é uma doença autossómica dominante e os factores desencadeantes, como o excesso de açúcar, no caso da diabetes ou a exposição solar, no caso de melanoma, apenas desencadeiam o explodir precoce da doença.
Quanto menos pigmento de base tem uma determinada pele, mais deve ser protegida contra a acção maligna das radiações solares. Quando se está sujeito à mesma há que se defender desta acção nefasta, expondo menos superfície de pele aos raios do Sol e usando protectores locais eficazes (50 +).
Quando se detecta um novo sinal cutâneo ou uma evolução de um já existente, deve-se evitar qualquer tipo de acção directa e procurar o médico assistente.
fonte: http://idademaior.sapo.pt
